"(...) Com certeza, um paradoxo. Ou um círculo vicioso... A cultura não pode viver em paz com o gerenciamento, particularmente com um gerenciamento importuno e insidioso, e mais particularmente com um gerenciamento preocupado em distorcer o impulso da cultura no sentido da exploração e experimentação de modo à ajustá-la à estrutura da racionalidade traçada pelos gerentes. O complô dos gerentes contra a liberdade endêmica da cultura é um eterno casus belli. Por outro lado, os criadores da cultura precisam de gerentes de quiserem (como é o caso da maioria deles, inclinada a "melhorar o mundo") que os vejam, ouçam, escutem, além da chance de ver sua tarefa ou projeto concluídos. Do contrário, se arriscam à marginalidade, à impotência e ao esquecimento.
Os criadores de cultura não tem escolha: são obrigados a conviver com esse paradoxo. Não importa o barulho com que protestem contra as pretensões e a interferência dos gerentes, precisam procurar um modus con-vivendi com a gerência para não afundar na irrelevância. Podem escolher entre gerentes com diferentes propósitos e que tratem a liberdade da criação cultural segundo diferentes projetos - mas decerto não entre aceitar e rejeitar o gerenciamento em si. Em todos os casos, não realisticamente."
Bauman, Zygmunt - Vida Líquida, p. 74 - 75.
Os criadores de cultura não tem escolha: são obrigados a conviver com esse paradoxo. Não importa o barulho com que protestem contra as pretensões e a interferência dos gerentes, precisam procurar um modus con-vivendi com a gerência para não afundar na irrelevância. Podem escolher entre gerentes com diferentes propósitos e que tratem a liberdade da criação cultural segundo diferentes projetos - mas decerto não entre aceitar e rejeitar o gerenciamento em si. Em todos os casos, não realisticamente."
Bauman, Zygmunt - Vida Líquida, p. 74 - 75.
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