segunda-feira, 26 de janeiro de 2009

Calígula

A equipe está se formando. Todos tem grande talento e realmente querem tocar o projeto. O interessante de trabalhar com uma verba mínima, é que todas as pessoas envolvidas, não tem uma relação burocrática com o trabalho, e sim uma aceitação, um desafio. Seria totalmente sem lógica, entrar em um processo, onde não se recebe a quantia merecida e ao mesmo tempo não se acredita no trabalho. Temos um time de profissionais, que estão dispostos a se arriscar e tem algo a dizer. Ao mesmo tempo, é inegável o elo de amizade que movimenta o trabalho. A cada dia, novos contatos, surpresas e possibilidades.

É uma honra e uma grande responsabilidade montar um Camus. Não é diversão, pelo contrário, é destruição. Não é dinheiro, não é fama, não é deslumbre. Não é loucura, é racional.

Quando li a peça, há quatro anos, tive a certeza que tinha encontrado o conflito dramático que estava procurando. E estava pronto, escrito de forma bela, intensa e direta. Camus vai ao ponto, e não vou me estender citando a inegável força e relevância de sua obra.

Montar Calígula de Camus, no Brasil, no estranho momento em que estamos vivendo, já “é” a resposta. E essa resposta, será naturalmente traduzida de forma artística no palco.

Estamos jogando com o medo. Estamos caindo e levantando. Mas estamos rolando a nossa pedra. As dificuldades são enormes, e é exatamente por isso que essa peça deve ser levantada. Não há retorno. Tenho certeza que será montada de forma digna.

(Daniel Sommerfeld)

Um comentário:

Anônimo disse...

Que maravilha.
Muita energia nessa construção !!!

Esperando a estréia !!

Abraçõs ao Núcleo 1408,
Luiz Altieri