Em primeiro lugar, feliz resto de ano para todos, seja lá como tenha sido esse janeiro que já quase termina. As diretrizes do Núcleo 1408 para o início de 2009 já foram traçadas; Daniel Sommerfeld (o Assassino I, para quem assistiu Os Assassinos de Inês de Castro) apareceu com esta maluquice tentadora; montar Calígula, de Camus. Sim, nós sabemos, ela está em cartaz com montagem do Gabriel Vilela. Isso prova que as idéias estão mesmo no ar, e que os tempos estão pedindo desesperadamente a brutalidade de um Calígula - e se duas pessoas sentiram a vontade montar esse texto ao mesmo tempo (esse texto, e não outro texto qualquer) talvez seja porque estejam se fazendo necessários dois Calígulas - vai saber; apenas não recuar ante a essa coincidência.
Escrita por um Albert Camus de 25 anos, a peça nos apresenta o terceiro Imperador romano, Caio César Germânico, vulgo Calígula, como um homem desesperado por sentido em um mundo violento e fútil, e esse homem é o senhor do mundo. Ele forçará todos os limites do seu poder imperial, até onde aguentar a classe política, tentando deduzir, a partir da "lógica", quais seriam as consequências naturais dos valores do mundo em que vivemos, qual a postura "lógica" a ser adotada em um mundo aparentemente sem sentido, onde "os homens morrem e não são felizes", se você é o Imperador de Roma, se você tem o poder nas mãos, se é o próprio poder. Evidente que as consequências dessa lógica são brutais e intoleráveis para a vida, o exercício da vida, a preocupação com o estar vivo - e Calígula deverá romper inclusive com esta barreira.
O texto é devastador, no seu ímpeto de incompreensão de um mundo injusto, no seu íntimo desejo de utopia. Vamos ver se damos conta do recado.
Quem quiser saber sobre Albert Camus:
http://www.camus-society.com/
e sobre o Calígula histórico:
http://pt.wikipedia.org/wiki/Cal%C3%ADgula
quarta-feira, 21 de janeiro de 2009
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