Resista à tentação de olhar no final do texto e tente adivinhar em que ano ele foi escrito:
"[...] Empresários, diretores, autores, atores reúnem-se, debatem a crise, fazem levantamentos, analisam a situação, encontram-se assiduamente com o Ministro [...] para apresentar reclamações, propostas, reivindicações e pedidos.
A crise de que se fala é quase exclusivamente de público: uma encenação normal raramente consegue atrair, nos dias comuns, mais que cinquenta ou setenta espectadores, se é que consegue tanto. As iniciativas publicitárias, frequentemente projetadas pela classe teatral, com o propósito de estimular o interesse pelo teatro em geral, ou permanecem projetos ou não tem êxito, por falta de verbas. Qualquer sabonete é lançado com recursos infinitamente superiores. É supérfluo falar das deficiências empresariais, de má administração, do espírito aventureiro (e por vezes heróico) de companhias que surgem e desaparecem. Até agora não se tentou recorrer, como em outros países, à organização de associações específicas para que estes, mediante mensalidades módicas, possam assistir a alguns espetáculos por ano."
ANATOL ROSENFELD - 1973
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