segunda-feira, 5 de julho de 2010

Artur e Scipião


Entre rolhas e posturas, busco o espaço do meu personagem, numa peça em que vale a energia do dia. Calígula simplesmente perverte. Ora o medo é intenso, ora a liberdade que ele oferece, ou não, é sentida, e quase que admirada e deliciada!... ela se coloca da maneira mais transgressora...

A alma se deixa levar, mesmo que por alguns instantes. Esse é o problema... estou deixando meu personagem aos pouquinhos ser levado pelo fumacê quase místico que lhe é imposto. E isso não é bom! O Rui que o diga!
Ok! Pés no chão e consciência. Consciência de que o Scipião, o pobre Scipião, tão ingênuo como é, apesar de amadurecido, continua sem entender nada! Mas ele não desiste, e sofre! Como ele sofre! E como ele quer ser forte! E como eu quero que ele transgrida (é errado eu sei). E quem sou eu pra contrariar Camus!? Ao personagem foi imposta a sina.

Cabeça no lugar!!! Deixa ele se foder, porque é pra isso que ele está lá! Mas eu sei! Há qualquer coisa em Calígula que lhe é semelhante. Exatamente o que??? qual é a razão disso tudo?...
Valhei-me Baco!
Evoé

Artur Reis

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